terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Big Brother Brasil, não vi e nem vou ver

O que o reality show Big Brother Brasil -- que de espetáculo de realidade não tem nada, vide as repetidas denúncias de que os participantes são pessoas com experiência em algum tipo de mídia e que os pretensos diálogos são scripts ensaiados, ou seja, é um programa como outro qualquer de tv, com roteiro, ensaio e gravação -- produziu mesmo, de fato, foram barbaridades linguísticas que estarrecem qualquer pessoa minimamente escolarizada.

Enquanto almoçava hoje, ouvi uma belíssima moça dizer na tv que em seguida seriam apresentadas entrevistas com "big brothers", reportagens essas que incluíram rapazes e moças.

Concluo então que a digna apresentadora do programa, cujo nome não me lembro, deve fazer parte da fatia da população chamada de analfabeta funcional, ou seja, conhece a língua mas não sabe usá-la na prática.

Ou como diria um comediante, ela é analfabeta bilíngue, já que ela usa expressões de outra língua de forma equivocada!

Ora, chamar pessoas de ambos os sexos de "big brothers" é uma heresia, já que ela está se referindo ás mulheres do tal show como "grandes irmãos". Será que uma mulher gostaria de ser chamada de "grande irmão"?  As mulheres que o digam!

Pior ainda é a bela mas desinformada moçoila confundir o telespectador com o participante do programa. O  programa se chama Big Brother em referência ao personagem ditador da obra 1984, do escritor George Orwell.

Isso significa que quem é chamado de "big brother" é quem assiste ao programa, ou seja, quem espia os participantes reclusos numa casa, como fazia o ditador na obra citada.

Mas como os repórteres e apresentadores em geral seguem os ditames da emissora e não tem liberdade (presumo eu, pois pode faltar mesmo é personalidade) para criar uma expressão adequada que não fira a sexualidade das pessoas, usam a denominação "big brothers"  para todos os participantes, independente de sexo (e nem venham me dizer que isso é metonímia; porque metonímia é um processo que exige criatividade e o que está ocorrendo é o contrário, falta dela, e ofensa ás mulheres).

E o mais curioso é que ninguém reclama. Já vi muitas mulheres serem entrevistadas e chamadas de "big brothers", e ainda sorriem e concordam. Queria ver a reação de um homem, heterosexual, ser chamado de "big sister" (grande irmã)  na tv, para usar parâmetro igual aos desses pretensos profissionais de tv.

Como professor de inglês, vejo tudo isso como uma deseducação total da população, pois passamos décadas ensinando as pessoas e aí vem um programa de tv e estraga tudo por conta da absoluta falta de preparo (ou de vontade) dessas pessoas.

Fora a péssima influência de quem comenta esse tipo de espetáculo sem nenhum sentido crítico.

E com isso ainda querem que alguém com mais de um neurônio ativo assista a um programa desses! Confesso que devo ter assistido uma ou duas vezes o BBB1, e nunca mais!

Como cantavam os Titâs: "a televisão me deixou burro, muito burro demais, agora vivo dentro desta jaula junto dos animais". Mas assim não preciso mais assistir televisão, pois tenho a saudável e inteligente companhia dos animais:

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E pra não dizer que não falei algo em prol da mulheres, insiro aqui o recado da Fernanda Abreu e do Gabriel o Pensador para as mulheres que acham que a bunda é mais importante que o cérebro, Nádegas a declarar:

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Já que falei e realmente não vi o BBB 2010, também não vi o BBB 2011. nem o BBB2012,  e muito menos o BBB2013. Mas incluo seus títulos aqui para alimentar meu cãozinho "gúgol". :)